terça-feira, 12 de março de 2013

ensino

07/03/2013 - 04h30

Estudantes do ensino fundamental evoluem, mas nível cai no médio

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
Etapa com mais dificuldades na educação básica do país, o ensino médio chegou a ter uma leve piora de qualidade entre 2009 e 2011 em matemática. Já os estudantes mais novos do fundamental mantiveram um processo de melhoria nas notas.
Cai número de alunos com conhecimento adequado em matemática
As conclusões foram divulgadas ontem pela ONG Todos pela Educação, que reúne empresários, educadores e gestores da área.
Segundo o levantamento, a proporção de alunos no 3º ano do ensino médio que atingiu os conhecimentos esperados caiu de 11% para 10%, em matemática.
Em português, o percentual permaneceu em 29%.
O estudo leva em conta os microdados da Prova Brasil, avaliação nacional aplicada pelo Ministério da Educação.
A evolução das notas considera estudantes da rede pública e da privada.
Isolados os colégios públicos, que concentram mais de 80% das matrículas no ensino médio, a situação é ainda pior: apenas 5% dos alunos chegaram ao patamar esperado em matemática.
Nenhum Estado bateu as metas desenhadas pela ONG. Das três séries avaliadas, o último ano do ensino médio é a com piores desempenhos.
Já os alunos do 5º ano do fundamental seguem apresentando melhorias. A proporção de alunos com conhecimento satisfatório em matemática foi de 33% para 36%.

Editoria de Arte/Folhapress
PROJETOS E CURRÍCULOS
Para a diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, falta para a matemática projeto estruturante de governos estaduais (ensino médio público) e do Ministério da Educação. Ela diz ainda ser necessária a adoção do currículo nacional. "Preciso saber o que o aluno deve aprender. Do contrário, como formar os professores?".
Doutora em matemática pela Faculdade de Educação da USP, Katia Stocco Smole diz que o problema da disciplina no ensino médio começa já na metade do ensino fundamental, quando a matéria fica mais complexa.
"Se o aluno não tem o apoio adequado, acumula dificuldades." Para a pesquisadora, a matemática traz um complicador: os alunos têm menos contato com a área no cotidiano, fora da escola.
"Muitas vezes, o pai nem consegue ajudar. Por isso, é um esforço que cabe basicamente à escola", completou.
O presidente do Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação), Luiz Claudio Costa, afirma que a pasta já trabalha com os secretários de Educação o desenho de um pacto para a melhoria do ensino médio como um todo.
Ele diz reconhecer que há problema nessa etapa, mas que a análise do ministério não mostra piora no cenário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário